sábado, 21 de junho de 2008

Divina comédia

Nas antigas, divertiam-se à custa deles vendo-os ser trucidados por leões. Agora que a gente posta uma pilheriazinha fuleira com o vacilo de um adepto mais ingênuo da congregação, começam a pulular, tal qual praga do Egito, seres indignados fazendo carrancas de reprovação à gag.

A despeito disso, continuando a explorar o binômio religião/humor, escutem a seguinte:

Certa vez um jornalista perguntou-lhe qual o único livro que gostaria de ter caso fosse parar numa ilha deserta. Depois de uma pequena pausa, ele respondeu "Já sei: 'Guia prático para a construção de navios'."

O assunto não foi religioso, mas o autor da espirituosa resposta, ínfima amostra de seu arsenal, chamava-se Gilbert Keith Chesterton. Sujeito profundamente cristão que, com habilidade de sniper, disparava acidez irônica, verve satírica, eloqüência e argúcia com gosto de gás. Considero o gorducho um dos grandes e notáveis atiradores do front das idéias.

Fervo de curiosidade imaginando como seria a visão do balofo G.K. da atual baderna de tronchos louvores e de banais ofensas envolvendo Escrituras, partituras, cristãos, pagãos, muçulmanos, soteropolitanos, Bento XVI, Richard Dawkins, o diabo a quatro & a Santíssima Trindade.