quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fala o Doutor

Do acervo do sempre relevante pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, uma pergunta a Humberto Teixeira, alcunhado Doutor do Baião:

Nirez - O "Juazeiro" foi plagiado pelos americanos. Como foi aquela história?
Humberto Teixeira - Um marinheiro americano pegou o disco com o "Juazeiro" no Rio, levou e gravou com outro nome. O que é incrível é que ele, através de um processo tecnológico até conhecido aí, copiou o disco, tirando a letra e aí botaram em cima a letra de Peggy Lee. Você escuta no disco de Peggy Lee os acordes d'Os Cariocas. Isso é que é impressionante. Mudaram o nome, mudaram tudo. Mas o plágio não foi lá não. O plágio se estendeu à França, onde ela foi gravada com o título de "Le Voyageur", O viajante. Eu encontrei e tenho esse disco também. Nós nunca conseguimos nos ressarcir desses direitos injuriados e usurpados, nada disso. E o que é mais incrível: a Peggy Lee, numa viagem que eu fiz aos Estados Unidos, tornou-se minha amiga. Eu contei o fato pra ela e ela disse que era inocente e que tinha gravado uma música que a fábrica havia lhe dado. Ela dizia: "Não tenho nada com isso. O que você está contando me traz até remorso."