sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Sub

Eu, escrevinhador. Sim, tornei-me blogueiro. Novato na classe dos subliteratos virtuais. Talvez, futuramente, eu até seja laureado com um Framboesa de Pior do Ano entre os blogs. E que estratégia batida, essa autodepreciação festiva.

E se eu almejasse, porém, galgar, pela porta dos fundos que é um blog, a escada para o Céu que o Robert Plant cantava e desfrutar todas as benesses que cabem aos eleitos que chegam lá ao alto pela senda das letras? Gordo contrato com uma editora, prêmios, cadeirinha na ABL, entrevista-monólogo no Jô Soares, adaptação cinematográfica, propaganda subliminar de meus escritos em novela da Globo, fãs-leitores exaltados, defendendo com gadanhos e caninos minhas qualidades de best-seller?

Como agiria para sobressair-me nesse monturo de candidatos a Vedete do Parnaso, de aspirantes a Autor de Sucesso? Invente, tente, faça um 05 diferente? Claro que não! É um plano manjado demais. Ser diferente, ser underground, ser marginal, ser escritor/músico/cineasta maldito, ser todas as tribos, ser Foda-se o Sistema, ser Odeio Bush, execrar Paulo Coelho, declarar-se antipop. E aí eu seria apenas mais um nessa barafunda de seres vorazes rabiscadores de parágrafos à caça de fama, cada um querendo seu momento Andy Warhol e com uma ânsia de corista da Broadway pelo estrelato.

E agora, José?

The End

(Tomara que ninguém esperasse que de fato eu fornecesse macetes, receitas ou fórmulas mágicas de como fugir desse esquema. Mas se houver alguém insatisfeito e com esse fetiche de ser ensinado/adestrado, é só encarar a prateleira de Motivacionais da livraria mais próxima.)