segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Bacorinho besuntado

É conhecida da banguela tradição do caipira way of life a brincadeira em que um magote de folclóricos jecas entusiásticos persegue, por caminhos de terra bruta, um porco lambuzado de óleo ou de graxa. Vence a disputa quem pegar o danado. Os refinados atletas seguidos por sua platéia, estourando entre gritos e risadas, vêm um após outro, quando encurralam o animal, dar-lhe um vigoroso amplexo de sapo tarado, para também um atrás do outro ver o malandro suíno escapulindo/deslizando olimpicamente pelas mais improváveis tangentes.

O porquinho é a Ética, alegórico que só uma escultura de Fídias. O lugar cheio de viventes rústicos e calejados como pedras de espigão é o Brasil. Os competidores são os partidos políticos, com seus AvaCalheiros abençoados pela tríade Justo Veríssimo, Odorico Paraguaçu e João Plenário. Todos impregnados de lama de chiqueiro até a alma (vendida com superfaturamento), mas cada um propagandeando-se dudamendonçamente como possuidor exclusivo do bichinho reluzente de tão ensebado. Que teima em escorrer de garra em garra.

Mas sem vencedor.