sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Morte súbita

Registro de morte súbita no futebol do Ceará. Não o esquema para desempatar partida. Morte súbita de fato. O sujeito de repente desfalece e pof, morre.

Um jogador do Ferroviário Atlético Clube - F.A.C. (vulgo Ferrim) faleceu depois de um treinamento físico na Vila Olímpica Elzir Cabral. Parada cardíaca, dizem. Tinha 23 anos de idade.

Nesse momento é que gosto de pensar na minha condição de detentor vitalício do troféu Bola Quadrada e do título Canela de Pinóquio. Meu recorde de embaixadinhas pode ser contado nos dedos da mão mutilada do Lula, e chego ao cúmulo de não torcer por um time. Eu simpatizava era com o International Superstar Soccer, do Super Nintendo. Pontos fortes desse antigo game: sem voz do Galvão Bueno, nem reportagem do Victor Hannover, nem goleiro chamando técnico de "professor". Decorei uns nomes acolá. Chelsea, Milan, Boca Juniors, Kashima Antlers, Real Madrid, Paysandu, Icasa.

Lembro quando eu batia perna pelas cercanias do Elzir Cabral. Costumava ficar umas manhãs dedicadas ao ócio nos bancos de uma praça que havia ali por perto. Não se viam craques marcando presença num Pajero cheio de loiras flamantes. Alguns caras vinham para o treino era de Paranjana 1 ou 2.

Mas voltando ao assunto. Futebol para mim sempre foi que nem guerra. Nada de participar. Os lances decisivos e as mortes, cabeçadas e carrinhos na zona do agrião, só pelo noticiário. Os sedentários cervejeiros e pançudos que cultuam seus rachas do santo fim de semana que se cuidem.

Um pouco mais sobre bola, beligerância e óbitos: acompanhando um desses edificantes programas mundo cão, vi um quebra-pau de grandes proporções, digno de filme tipo O Senhor Dos Anéis, em que sobrou chibata até para policiais, durante um campeonato de futebol amador no interior. E houve também aqueles torcedores do Fortaleza agraciados com uma chuva de tiros no RJ. Todos ligados na mesma emoção. Que bonito é.