Vejamos
o diferenciado regime Fu Manchu de pavio curto em vigência no país dos
amarelos anfitriões da versão 2008, herança vermelha dos anos passados
sob o tacão do papa-uh-Mao-Mao. É um baita nicho de mercado para os
aspirantes a Bono Vox. Protestos bacaninhas, manifestos,
abaixo-assinados, atitudes engajadas e produtos semelhantes. Made in
China.
Esses dias, dei uma oportuna reassistida no filme Olympia, partes 1 e 2, da Leni Riefenstahl. É um documentário sobre essa
grande gincana periódica, a do longínquo e logo ali 1936, realizada na
Alemanha. Ou seja, numa nação a lamber os coturnos do homenzinho do
bigode abominoso & sua grife, o nacional-socialismo.
A
bonita seqüência dos saltos em câmera lenta no trampolim da piscina
evoca força e cadência dignas de obra do conterrâneo Richard Wagner.
Leni era uma apaixonada por: estética, técnica e harmonia (a do corpo
humano, notadamente). Para explorar os temas que tanto estimava, ela
pegou carona em um rebotalho como o nazismo. Com naturalidade e
despudor. E que são ainda mais evidentes n'O Triunfo Da Vontade.
O fascínio pelo mal. O belo que brota do mal. A obsessão por um ideal
de juventude & beleza, a mesma que amaldiçoou o angustiado Dorian
Gray.
No
assim chamado mundo real, em território chinês, não há closes
memoráveis nos fuzilamentos, nem tomadas antológicas nas perseguições a
desafetos políticos, nem música triste do John Williams (ganhadora de
Oscar) como trilha sonora de pessoas humilhadas pela censura. Adolfo
e seus áulicos foram devidamente escorraçados do trono já faz tempo. Os
tiranetes burocratas de olhos puxados permanecem por lá.
Festanças prodigalizando jogos e gentileza postiça são todo o verniz com
o qual líderes mesquinhos adoram pintar seus brinquedinhos de governar,
o cetim para ataviar suas repúblicas impopulares, pouco importa o local
ou a época.
Arrefecida a atlética euforia e terminado o evento, o urso panda pergunta: E o bambu?