Vou ser mais um a meter o bedelho no assunto drogas.
Antes de tudo, devo fazer uma confissão estarrecedora. Uma declaração que soará até ignominiosa em determinados setores, desalentadora para colegas como o Paulo Gabriel (João Kléber: PÁRA! PÁRA! PÁRA!). Bomba: nunca dei nem o clássico tapinha-na-maconha-por-curiosidade. Não, nunca. Nem artigos caretas, desses disponíveis na farmácia, no boteco, no supermercado ou no banheiro da escola. Acredito que por mera inércia. Um dia, reparei que não usava absolutamente qualquer troço para ficar doidão e vi como isso me tornava outsider em relação a um monte de gente. Que se exploda, pensei. A essa altura, não vejo o que isso me acrescentaria. Que prevaleça o menor esforço. Que eu permaneça sem arriscar a 1ª degustação.
Parece-me é que a discussão sobre drogas vive embaçada por uma espessa cortina de fumaça gerada por centenas de baseados tamanho GG, dificultando a visibilidade, tais são os disparates que soltam os envolvidos na questão, sejam pretensos cidadãos de bem ou reles drogados metidos a revolucionários.
Na época em que eu ia a festas cheias da molecada que batia no peito por se achar underground ou bosta semelhante, era fatal. Os amigos (termo não muito adequado) trocavam gestos cúmplices, formavam uma caravana e escolhiam um canto. Era chegada a hora. Um prefaciador desembainhava o papelote com o prensado, acochava a seda e lá ia o irregular cilindro mágico na rota Medo & Delírio, de boca em boca, deixando por onde passava um rastro de sorrisos infanto-debilóides e olhos avermelhados. Isso sem mencionar outras modalidades. Loló, cachaça, comprimidos, garrafinha com chá de cogumelo, pó que não poupa ninguém.
Regra que tem quase a força de uma lei de Newton: prazer implica risco. Considerei que turbinar a cachola com químicas extravagantes era um prazer cujos riscos implícitos no ato eu não tinha - e não tenho - disposição para encarar.
No País das Maravilhas, o consumo de droga traria eventuais problemas somente para o próprio usuário. A situação complica mais ainda porque, num ambiente em que responsabilidade é démodé, invariavelmente apelamos para soluções-gambiarra como a descriminalização irrestrita da venda de lombras.
Antes de tudo, devo fazer uma confissão estarrecedora. Uma declaração que soará até ignominiosa em determinados setores, desalentadora para colegas como o Paulo Gabriel (João Kléber: PÁRA! PÁRA! PÁRA!). Bomba: nunca dei nem o clássico tapinha-na-maconha-por-curiosidade. Não, nunca. Nem artigos caretas, desses disponíveis na farmácia, no boteco, no supermercado ou no banheiro da escola. Acredito que por mera inércia. Um dia, reparei que não usava absolutamente qualquer troço para ficar doidão e vi como isso me tornava outsider em relação a um monte de gente. Que se exploda, pensei. A essa altura, não vejo o que isso me acrescentaria. Que prevaleça o menor esforço. Que eu permaneça sem arriscar a 1ª degustação.
Parece-me é que a discussão sobre drogas vive embaçada por uma espessa cortina de fumaça gerada por centenas de baseados tamanho GG, dificultando a visibilidade, tais são os disparates que soltam os envolvidos na questão, sejam pretensos cidadãos de bem ou reles drogados metidos a revolucionários.
Na época em que eu ia a festas cheias da molecada que batia no peito por se achar underground ou bosta semelhante, era fatal. Os amigos (termo não muito adequado) trocavam gestos cúmplices, formavam uma caravana e escolhiam um canto. Era chegada a hora. Um prefaciador desembainhava o papelote com o prensado, acochava a seda e lá ia o irregular cilindro mágico na rota Medo & Delírio, de boca em boca, deixando por onde passava um rastro de sorrisos infanto-debilóides e olhos avermelhados. Isso sem mencionar outras modalidades. Loló, cachaça, comprimidos, garrafinha com chá de cogumelo, pó que não poupa ninguém.
Regra que tem quase a força de uma lei de Newton: prazer implica risco. Considerei que turbinar a cachola com químicas extravagantes era um prazer cujos riscos implícitos no ato eu não tinha - e não tenho - disposição para encarar.
No País das Maravilhas, o consumo de droga traria eventuais problemas somente para o próprio usuário. A situação complica mais ainda porque, num ambiente em que responsabilidade é démodé, invariavelmente apelamos para soluções-gambiarra como a descriminalização irrestrita da venda de lombras.